quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Baiacú e seu veneno


Dive Doc: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/10...: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/10/dez-pessoas-sao-intoxicadas-apos-ingerirem-baiacu-em-caxias-rj.html Recentemente o ...

Recentemente o Baiacú ganhou notoriedade no Rio de Janeiro por conta da intoxicação de uma dúzia de pessoas, após ingestão inadvertida da carne do peixe.
De muito bom sabor, sua carne é apreciada em algumas culinárias, como a oriental. Como o peixe ocorre em toda costa brasileira, por aqui não seria diferente. Das espécies bem distribuídas ao longo do nosso litoral, tenho conhecimento pessoal do consumo humano de duas espécies: O Baiacú - Pinima e o Baiacú - Arara. Ambos venenosos, principalmente o primeiro. Assim entende-se porque, de tempos em tempos, registra-se ocorrência de intoxicação pelo Baiacú. No Japão, anualmente algo em torno de uma centena de pessoas são intoxicadas.
O "veneno" do Baiacú é a bem conhecida Tetrodotoxina, uma neurotoxina que promove o bloqueio neuromuscular, por bloqueio dos canais de Sódio (Na+), dos músculos esqueléticos. No peixe, está mais concentrada na pele e vísceras. É uma toxina bastante potente, potencialmente letal para o homem. A paralisia culmina com falência respiratória e asfixia. Não há soro/antídoto específico no Brasil.
Os primeiros socorros são cuidados com o paciente. Idem para o tratamento específico, com prevenção da falência respiratória.
Pescadores dizem conhecer a técnica correta para limpar o peixe, evitando a contaminação. Será que vale o risco?
Vale salientar que no mar há um número considerável de outras neurotoxinas e animais venenosos. Conhecer para prevenir!

Por Bruno Parente, MD